25 de fev. de 2010


Sinto sede.
Não de água,
algo destilado, alcoólico
Mas, sede.
Daquela que a gente sente
de um amigo
de um amor
de um herói.
Com ombros largos e fartos.
Aquele que te olha nos olhos
e adivinha todos os sentimentos
ainda que ocultos.
Sede de caminhar lado a lado
Sede de conversar e sorrir
Até doer... De nada, por nada.
Aquele amigo que te dá força
E te empurra mesmo sem querer.
A sede aumenta
A dor esmaga e cansa
Os olhos se perdem no horizonte
Num vácuo imenso, turva.
Sinto sede da criança
Do infantil que nasceu em mim
E insiste em existir, persevera
Meus dedos entrelaçam meus cabelos
Muitas vezes, várias vezes.
Os cachos formados são espessos
Longe daqueles fininhos
e claros de outrora.
A sede continua.
Os olhos entristeceram.
A boca seca a saliva
Amarga o paladar.
Quase não percebo
o perfume das flores.
Chove lá fora e em meu rosto.
Meus pés molhados rastreiam o caminho
Que me levam ao sonho
Adentram a ilusão de ser feliz
Sempre.

19 de fev. de 2010

Acalento


Psiu! Meu amor está dormindo.
Fale baixinho, cante e não grite.
Ouça seu ressonar.
Ele está cansado
Da luta que o consome pelo desejo
Insensato, insano.
Abandonou as letras
Cansou de se repetir.
Deixe-o dormir.
Somente assim meu coração
Se acalma sem aflição
Recordação. Saudades...
Não!
Não o alerte pra esta palavra
Talvez o desperte.
Quero-o dormindo
Para que o tempo me deixe respirar.

12 de fev. de 2010



Ah, como te quero!
Espero e te admiro
Numa máscara de carnaval
Sem ela, fingida, sofrida e querida!
Numa mentira que dói a mente
Brincadeira numa louca dança
Num rebolar estonteante
Dizes o que sentes!
Sendo o tudo que és
Meu carnaval ainda existe
Insiste em trazer nas lagrimas
Uma colombina que chora
E ama, num sapateado de euforia
Risada escandalosa e mais gostosa
Ginga comigo, encoste teu rosto
Em meu peito que sofre.
Cubra-me com teu manto
Use a máscara que disfarça
Nosso mundo que só sobrevive
a este Carnaval.

10 de fev. de 2010

Carnaval - Blogagem Coletiva


Blogagem Coletiva – Iniciativa da Milene – do Blog Idéias de Milene
Com um ligeiro atraso, mas humildemente vai aqui minha participação
.


Fui criada numa família numerosa e meus irmãos e eu temos a diferença etária exatamente de 1 ano de um para o outro. Por essa razão, crescemos unidos e mantendo os mesmos gostos e programas. Sobre o Carnaval eu me recordo que minha irmã fazia nossas fantasias e eu me responsabilizava pelos adornos e paetês. Tinha um Clube perto de minha casa e todos os amigos iam pra lá sempre. À tarde tinha o chamado Matinê e à noite o baile de gente grande!!!

Não vou negar que sempre gostei de danças e não foi difícil aprender o samba com jeito e graça. Tenho uma irmã que também aprendeu bem e até melhor que eu sambava. Tudo levava a crer que eu seria uma dessas sambistas natas. Mas, não foi assim. Tão logo me entendi por “gente grande” de namorado e tudo, aconteceu.

Fui com uma vizinha à noite e sem vontade percebi que achava tudo aquilo muito estranho e sem graça. Fiquei de cima olhando aquele monte de gente dançando e bebendo, suando e rindo eu nem sei do quê. Era o carnaval que acabava dentro da menina que gostava mesmo era da Matinê! Estava absorta em meus pensamentos quando vi alguém acenando do salão e logo pude ter certeza de que era comigo. Não demorou para que ele estivesse segurando a minha mão, puxando levemente e me convencendo a ir com ele dançar. Já no salão, estava longe aquela menina magrinha que rebolava e dançava com facilidade, eu estava sem ritmo, sem entender o que fazia naquele lugar. O rapaz perguntava o porquê de eu não estar feliz ali e eu sem saber explicar.

Categoricamente, descobri que o meu Carnaval havia passado. A partir daquele momento, essa data seria de descanso apenas. E até hoje é assim. O Carnaval Inesquecível foi o dia em que eu percebi que não gosto dele.

8 de fev. de 2010


No silêncio do meu estado só e único, quando me vem o sono, surge um impulso singular, do que fazer, como fazer, porque fazer e pra quê fazer.

Mentalmente, fantasio as lições, encenando-as passo a passo, cada fala, cada gesto, tudo tão perfeito. Num simples e lindo final feliz. Mas, crua e nua a realidade me sacode e meu ímpeto é logo desmascarado. Frustro-me.

Os títulos poderiam ser estampados nas mais diversas modalidades: suspenses, dramas, aventuras, romances.
Ah! Os romances...

Como seria bom se sempre soubesse a coisa certa a dizer, a atitude correta a tomar!

Não quero para mim a razão. Meu desejo é tão somente saber a melhor forma de desenhar no teu rosto um sorriso, repreender-me antes de magoá-lo, Surpreender-te com toda a vida que me despertas, por todo o sonho e realidade que se animam quando dividimos momentos tão simples.

Distante te vejo. Busco-te no passado, no presente e no futuro.
Poderia imaginar-te lindo e inteligente. Mas, o palco não desce as cortinas e o artista não entra. Ele não tem rosto, não me sussurra doces palavras. Vou te ter em sonho, entre letras ou pensamentos, trazem-me a paz tão esperada que dão a forma da esperança de que um dia teu rosto brilhe e desfaça as marcas da saudade.
Adaptação de 17/06/2005.

6 de fev. de 2010

Nem tão lá, nem tão cá !


Houve um tempo em que eu precisava, por função profissional, ler e classificar 5 jornais, dentre eles Gazeta Mercantil, Jornal do Comércio, JB e Globo. Na época eu tinha pouco mais de 20 anos e me sentia a "super" informada e até politizada!! Hoje, não leio um jornal na íntegra, apenas o que me interessa e se possível na internet. Confesso que não sinto falta daquelas letras tão bem armadas para dizer ao povo o que ele quer ouvir ou ler...
Hoje, não gosto do assunto política.
Hoje, estou mais cética, menos fácil de acreditar em palcos e palanques. Precisei amargar horas de dor diante de desempregados familiares e amigos. Sentir na pele o que é a falta de emprego com filhos para sustentar e ter de estudar horas e horas para concretizar o sonho de "ser estável" no serviço público - ainda, que este mesmo Poder Público não me tenha oferecido ensino para tal. Diante desse foco transcrevo abaixo o texto que recebi por e-mal d meu querido amigo Zé Carlos do Blog A Casa do Zé Carlos!!


AO BRINCAR DE DEUS, LULA SE DÁ CONTA DE QUE É MORTAL

Josias de Souza

As piadas, como as ideologias, são moldadas pelo tempo. Corre em Brasília uma dessas anedotas velhas que as circunstâncias se encarregam de ajustar.

O presidente saía do banho. Trazia uma toalha amarrada na cintura. A caminho do closet, deu de cara com uma camareira do Alvorada.


Súbito, o nó que prendia a toalha se desfez. E o pedaço de pano que lhe protegia as vergonhas foi ao solo. A camareira arregalou os olhos: “Óhhhh! Meu Deus!''.

E o presidente, com ar de indisfarçável superioridade: “Sim, sim, companheira. Mas pode me chamar de Lula”.

Na última quarta-feira, falando para uma platéia de pernambucanos amistosos, Lula discorreu sobre algo que lhe causa jucunda satisfação.

“Vocês estão lembrados, o orgulho que eu tenho, quando o FMI chegava aqui no Brasil humilhando o governo brasileiro...”

“...Já descia no aeroporto, dando palpite, dizendo o que a gente tinha que comprar, o que a gente tinha que vender, o que a gente tinha que estatizar...”

“...Agora quem fala grosso sou eu. Porque, se antes era o Brasil que devia ao FMI e ficava que nem cachorrinho magro, com o rabo entre as pernas, agora quem me deve é o FMI”.

Vale a pena repetir dois pedaços do raciocínio do presidente. O primeiro: “Agora quem fala grosso sou eu.” O outro: “Agora quem me deve é o FMI”.

Os ouvidos sensatos alcançados pelo lero-lero de Lula viram-se tentados a perguntar: Eu quem, divino presidente? Eu quem, supremo mandatário?

Ora, quem deu o dinheiro que o Brasil borrifou nas arcas do FMI foi a bugrada. Lula apenas o gastou. O Fundo deve aos brasileiros, não a Sua Excelência.

Parece implicância, mas é preciso dizer: Tudo leva a crer que algo de muito errado sucede com a cabeça do presidente da República.

Falta-lhe o parafuso que fixa as sinapses que ligam os neurônios do bom-senso aos da humildade. Lula esforça-se para mimetizar Luís XIV de Bourbon.

O soberano francês foi ao verbete da enciclopédia como autor da frase fatídica: “L’État c’est moi”. Lula o ecoa: “O Estado sou Eu”.

O presidente não gosta da rotina de Brasília. A idéia de acordar, pendurar uma gravata no pescoço e ir ao Planalto para receber, digamos, Edison Lobão o aborrece.

Dono de popularidade alta e de discurso baixo, Lula prefere a eletricidade proporcionada pelas multidões à frieza das audiências individuais.

Sua praia é o palanque. A visão das platéias hipnotizadas o conduz a um plano superior. Agrada-o a sensação de espectadores que o vêem como um Deus.

Lula aceita o papel. Gostosamente. À medida que se aproxima do final, seu governo vai virando um grande comício. Um comício entrecortado por audiências brasilienses.

No caminho para as estrelas, Lula pisa nos tribunais, distraído. Em campanha aberta por Dilma Rousseff, testa os limites da Justiça Eleitoral.

Se o TCU e o Congresso cortam as verbas de obras tisnadas pela irregularidade, o presidente “dá” o dinheiro. Com uma canetada, libera R$ 13 bilhões.


Às favas com os auditores. Que se dane o Congresso. A oposição chiou? São uns “babacas”. Não se opõem ao presidente. São rivais da razão divina.

No discurso de quarta-feira, aquele em que celebrou o fato de que o FMI lhe deve, Lula exagerou. Brincou de Deus.

Inaugurava um posto de saúde em Pernambuco. A alturas tantas, fez uma pilhéria premonitória: “Dá até vontade de a gente ficar doente para ser atendido aqui”.

Adoeceu. Não foi à cama do “seu” estabelecimento. Levaram-no, obviamente, a um hospital de primeira linha, mais condizente com sua condição de presidente.

Lula atravessou uma dessas experiências que dão aos (falsos) deuses a incômoda sensação de finitude.

Foi como se Deus –o autêntico, o genuíno –soprasse nos ouvidos do seu genérico: “Não desperdice a popularidade que Eu te dei. Aproveite o seu tempo...”


“...Celebre os acertos, reveja os erros. Respeite as diferenças. Não apequene sua grandeza. Reaprenda a saborear as delícias da humildade!”

Por Josias de Souza
Nos bastidores do poder

3 de fev. de 2010

letras e saudades


Faz tempo que te vi pela primeira vez.
Eu te lia nas entrelinhas das frases e textos
Tentativa de te fazer comum, casual.
Não eras o primeiro que
eu via e lia daquela maneira
Depois o encontro, o abraço
Os beijos múltiplos e sedentos.
No vai-e-vem dos dias,
os anos se passaram.

Um enorme carinho eu senti por ti
Saudades, muitas saudades
Do teu calor, dos teus lábios
Seu sorriso largo e farto.
Dos desencontros sobramos nós
Amigos talvez, consumidos pelo que restou
Dos momentos que não voltam
Apenas em lembranças e sonhos.
Hoje, a esperança de saber-me
Só.

1 de fev. de 2010

Momentos


Apenas um beijo, onde não importava.
Mas, um beijo.
Depois tuas mãos me segurando
Mãos suadas.
Nada mais importava só o momento
tão aguardado e a ansiedade
que tomara conta de todo meu ser
Meus anseios gemiam dentro do peito
A saudade gritava em meus ouvidos
e eu me perdia de amor,
Aquecia-me de paixão
Enchia e inquietava este pobre coração
Que nada mais sabe fazer
Apenas ouvir minha voz
Rouca vencida pelos tons de desejos
A espera da resposta de teu corpo
Que se aproxima em qualquer esquina
Do caminho que me eleva aos céus!