25 de set. de 2009

Como você escolhe seus amigos





BLOGAGEM COLETIVA
EM COMEMORAÇÃO AOS 6 MESES
"COMO VOCÊ ESCOLHE SEUS AMIGOS?"



“Quem se vangloria de ter conquistado uma multidão de amigos nunca teve um.” Samuel Coleridge

Sempre estive perto ou bem próxima de pessoas, isso era chave para me sentir bem. Ter amigos era questão de vida. Não imaginava minha vida sem amigos e muitos, sim – eu os tinha e muitos.

Certa vez, ainda bem jovem, perguntei ao meu pai se poderia levar um grupinho de amigos lá em casa, isso porque meu pai era bastante enérgico e bravo com tudo que se relacionasse à criação. Depois de me olhar bem, respondeu que sim. Eu estudava no SENAC e estava cursando o antigo ginasial, conclui-se realmente que eu era pouco mais que uma criança. Antes de festejar a alegria de ter conseguido o que meus irmãos não faziam, eu fiz uma observação, não menos firme e exigente que o olhar de meu pai: eu apenas gostaria que tudo corresse em paz... Ele aceitou com a cabeça e assim, eu sai feliz já pensando em tudo que poderia ser feito.

O fato era que eu havia falado “um grupinho de amigos” e na verdade chegaram 25 amigos...Ufa! Alguns cantavam e sabiam tocar violão, jamais esqueci aquele dia, por diversas razões – recordo-me que um dos amigos tinha o apelido de Nelson Ned, pela voz e também por ter uma deficiência física!! Maldade da galera né? Mas, tudo foi muito bom e divertido. Como o grupo era heterogêneo, rolava um cuba libre entre os mais velhos e escapulia entre “nós” os mais jovens também.

Assim, eu via a parte que cabia aos meus amigos, dessa forma eu me sentia feliz. Sempre juntos e felizes. Uns ajudando os outros que precisavam.

O tempo passou. Muitos de nós se perderam no caminho. Outros amigos surgiram e o tempo se encarregava de amornar este sentimento, outrora tão quente e cheio de energia.

Hoje, um pouco mais experiente percebo que devo ter cuidados especiais no momento de selecionar amigos para entrar no rol de amigos de verdade. Não sou cética quanto ao assunto, apenas sei que eu mergulhava demais e me dedicava demais, sofria depois. Entretanto, posso contar a vocês que guardo com muito orgulho, dentro do peito, uma amizade ativa e feliz, ela se chama Marília – pessoa linda e amiga para todos os momentos e pasmem: eu a conheci criança, bem criancinha, fomos criadas juntas e até hoje nos lembramos de tudo que nos acontecia com riqueza de detalhes e rimos muito!! Temos filhos e netos – e a amizade prolifera a cada dia. Sentimos a falta da outra, estranhamos quando ficamos alguns dias sem nos falar.


Marilia
Dessa amizade ficou uma linda missão: para que a amizade dure e seja tão límpida e forte, é necessário que não haja cobrança alguma. É importante sabermos que cada uma tem sua vida e que não se mistura nessa amizade que vem bem antes de tudo que aconteceu! Impossível que coloquemos num mesm patamar, os sentimentos que nutrimos pelos atuais amigos, pelos filhos, marido e o nosso sentir.


Atualmente, destaco meus amigos “virtuais” ou algumas vezes nem tão virtuais assim... O fato é que estamos nos fechando e até nossas amizades, hoje, têm um foco e perfis diferentes. Sinto-me feliz quando entro aqui e vejo recadinhos carinhosos, ainda que eu não aperte as mãos e nem beije o rosto dos que me escrevem. Acho que é a falada “felicidade virtual”. É um sentimento gostoso e vivo, que somente nós experimentamos e acreditamos - os abertos à essa magia das telinhas.



Loucos e Santos
Escolho meus amigos não pela pele ou
outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem
o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das
diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem
da realidade sua fonte de aprendizagem,
mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto;
e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que "normalidade"
é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde



14 comentários:

Daniel Savio disse...

Ficou maneiro homenagem para tia amiga, mas o poema ficou um pouco pequeno para ler...

Fique com Deus, menina M. Nilza.
Um abraço.

Mylla Galvão disse...

NIlza,
Eu tb já fui assim... mergulhava demais em uma amizade sem valor e sofria depois...
Hj estou mais seletiva... E tenho poucos e fieis amigos...
Veja o meu texto amanhã...
Obrigado pela participação...

bjão

angela disse...

M. Nilza
Muito interessante seu texto,leve, engraçado e profundo, com uma finalização genial do Oscar Wilde.
beijos virtuais, mas com carinho verdadeiro

Sandra disse...

Ola!
Também estou participando com esta blogagem da amiga Mylla.
Estou com o blog.
http://sandrarandrade7.blogspot.com/

cada um de nós tem as mais diversas experiências de encontrar e escrever temas que nos fazem felizes. Este é mais um deles.
Esncontrar amigos é encontrar um tesouro.
Venha conferir.
Sandra

Ficou muito chique a sua postagem.
Um abraço amiga.
aproveito e agradeço as suas visitas.

Daniel Savio disse...

Ficou maneiro, =P

Um bom final de semana para ti menina.

Fique com Deus, menina M. Nilza.
Um abraço.

Compondo o olhar ... disse...

MARAVILHOSOOOOOOO seu texto!! e o complemento dele, nossa, me emocionou... (texto do Oscar).
bela participação nesta blogagem coletiva.

bjocas

ps: tbm participo, dá uma olhadinha por lá.

Marise von disse...

Nilza,
Amizade é complicada...
Mas é muito bom ter amigos, são nossos irmão e muitas vezes podemos contar mais com nossos amigos do que nossos irmãos de sangue.
Adorei o seu texto, parabéns.
Abraços,
Marise.

Gena Maria disse...

Querida Nil, passa lá no meu blog e pegue seu selinho, depois faça sua escolha dos seus 10 amigos p/ oferecer.
Bjs e te aguardo...
Gena

Gislãne Gonçalves disse...

tem selinho pra ti no meu blog!

Sandra disse...

Retribuindo a sua visita.Agradeço imensamente os carinhos deixados no blog. Compartilharmos estes momentos de amizades é um grande prazer. Deus coloca pessoas, muitos verdadeiras e sinceras em nossas vidas.
Por isso fico muito feliz com o carinho de cada um que passa por aqui. O blog Uma interação de amigos agradece a sua presença,e convida para conhecer/visitar a blog Curiosa e buscar o seu presente.
Te espero lá.
http://sandraandrade8.blogspot.com
Fica aqui um enorme abraço.
Sandra

A Magia da Noite disse...

a amizade não se mede em quantidade, mas sim na qualidade dos poucos amigos que realmente temos.

Raquel Machado disse...

Ola,
Vim retribuir a visita e adorei seu texto me fez lembrar a epoca de festa de garagem e encontros no shopping ou no parque para tocar violão. Acho que todos precisam ter amigos claro que os verdadeiros a gente conta nos dedos ne mas o importante e estar aberto para conhecer novas pessoas, novas culturas e aprender mais. Uma otima semana. Bjos

NUMEROLOGIA E PROSPERIDADE disse...

Muito show esse espaço aqui.
É verdade, amigo não se acha em qualquer esquina. Eu, por exemplo, não tenho nenhum e nunca tive.Voltarei mais vezes. Convido a conhecer FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... em http://www.silnunesprof.blogspot.com
Saudações Florestais !

Desnuda disse...

Nilza,

excelente texto. Minhas amigas ainda são as mesmas de infância. Algumas em outro estado, país. A ausência é apenas física. As amigas da minha mãe, são minhas amigas e das minhas filhas. No fundo, formamos uma grande família. E com amizades de raízes tão profundas é claro que conhecemos bem uns aos outros. Até pelo avesso... No decorrer dos anos vamos somando mais amigos, os do marido, os pais das amiguinhas de nossas filhas, nas viagens que fazemos, ambiente profissional. Sou uma pessoa muito aberta e fácil para fazer novas amizades. Por temperamento acolhedora, tenho todos como amigos, até que provem o contrário. E coloca provas nisso! Rsrs Mas é claro que valores mudaram e vejo que para algumas pessoas a amizade ser sinônimo de trocas, oportunidades, interesses....Enfim. E os meus não, continuam intactos. Então considero inseparáveis aquelas que vem de geração, e algumas novas.

Virtualmente, como você afirma no texto, sinto o mesmo carinho e fiz poucas mas sinceras amizades que me acompanham há anos. Embora em princípio, como citei acima, me lance a todos com coração e valores em igualdade. Mas aqui no virtual infelizmente aprendi uma dura experiência e que cuidados precisam ser redobrados. Já sofri e passei o que jamais imaginei passar na vida em meu círculo de amizade pessoal e jamais existir ( só de ouvir falar, filmes), com um nível de crueldade, desonestidade, amoralidade, personalidade limítrofe que pela própria doença e características da mesma, difícil de detectar . E virtualmente há pela proximidade da rede, também esta proximidade conosco. E em quantidade elevada. Psicanalistas, consultórios psiquiatras hoje em dia estão cheios de vitimas das piores situações. Assim como é difícil atualmente um processo judicial que não tenha a internet presente seja civil, penal.... Confesso que todos os cuidados que como mãe tive na educação das minhas filhas e orientação, mesmo sem nunca ter usado a net, eu própria não segui. E não foi por falta de aviso das minhas filhas ( os jovens sabem usar muito melhor a net e muito mais cuidadosos) , marido e amigos. Enfim...Vivendo e aprendendo!


Beijão, querida